MARIA AUGUSTA CASA NOVA E O REINADO DO REI SEBASTIÃO
Hoje, dia 20 de
janeiro, no Maranhão, consagramos ao Rei Sebastião. Há alguns anos atrás,
participava dos festejos na Casa de Culto de Maria Augusta Casa Nova,
no Bairro da Vila Passo, em São Luís-Ma. Era uma majestosa festa. Sete dias
antes, começavam as rezas do presépio. Cada dia uma pessoa era o “noitante”.
Meu dia sempre era próximo à festa, já que era o orador da mesa Astral. O
terreiro era enfeitado com bandeirinha coloridas feita de papel de seda. As
cores eram escolhidas pelo dono do Congá, ou por Joãozinho, filho de Légua Boa,
que era o farrista da sacerdotisa.
Dia 19 de janeiro
era a queima das palhinhas do presépio e depois o Tambor de Mina que acontecia –
também, dias 18 e 21. Não assistia esses toques de tambor, já que, aconteciam
depois das 22 horas e eu residia longe da Vila Passo, entretanto, pude ver as
filhas de santo e Augusta em suas roupas cerimoniais e posso afirmar que eram
vestimentas bem trabalhadas na seda, na renda e em tecidos finos e brilhantes.
Dia 20 de janeiro,
ao meio-dia, havia a passagem de REI SEBASTIÃO. Na oportunidade, acontecia à
abertura do tambor com cânticos para o Povo do Mar. A chegada do Rei era
recebida com muito respeito e alegria. Maria Augusta dançava como poucas
sacerdotisas que já conheci, era um bailado majestoso. Depois das saudações ao
Rei, o mesmo ia abençoar os presentes. Fazíamos fila e ele nos benzia com pétalas
de rosas vermelhas. Ás vezes, um champanhe era estourado como forma de brinda a
chegada do dono do Congá que pouquíssimas vezes, durante o ano, fazia sua
passagem no local. Na sala de jantar da residência, havia o corte do bolo
confeitado que era sempre bem decorado e gostoso. As mesas eram decoradas com lembrancinhas
que eram distribuídas quando do fechamento da festa, dia 21 de janeiro. O
almoço aos convidados era servido que fartura e variedades de comidas,
acompanhado de refrigerante e cerveja.
Maria Augusta Casa
Nova já partiu, entretanto, deixou comigo e com muitas pessoas a saudade, o elo
eterno de uma irmandade.
A HISTÓRIA DO REI SEBASTIAO
Fonte: http://silnunesprof.blogspot.com.br/2009/11/o-encantado-dom-sebastiao-e-ilha-de.html
Na praia dos
Lençóis, entre os municípios de Turiaçu e Curupuru, no Maranhão, nas noites de
sexta-feira, não havendo luar, aparece um grande touro negro com uma estrela
resplandecente na testa. Quem estiver na praia será tomado de um pânico
irresistível (...). Quem tiver a coragem de ferir o touro na estrela radiante
vê-lo-á desencantar e a aparecer El rei D. Sebastião. A cidade de São Luís do
Maranhão submergir-se-á totalmente, e diante da praia dos Lençóis emergirá a
Cidade Encantada, onde o rei espera o momento de sua libertação. “Na praia dos
Lençóis é proibido pelos pescadores levar-se qualquer recordação local, que
tenha sido colhida na praia ou n’água do mar, conchas, estrelas, búzios, algas
secas, etc”. Tudo pertence a El rei D. Sebastião e é sagrada sua posse”
Dom Sebastião foi o rei português que morreu
em 1578, aos 24 anos, quando se lançou com seus soldados em uma temerária
aventura guerreira no Marrocos, na esperança de converter os mouros em
cristãos. Ele desapareceu na famosa batalha de Alcácer Quibir, durante o qual o
exército português foi quase dizimado pelas forças inimigas, e como o seu corpo
jamais foi encontrado, muitas lendas foram criadas pelos crédulos e otimistas,
todas alimentando o sonho de que um dia Dom Sebastião retornaria à sua terra
para libertá-la do domínio espanhol, restaurando dessa forma o império
português.
Uma dessas histórias sustenta que o soberano
costuma aparecer nas noites de lua cheia em uma das praias da ilha dos Lençóis,
que por sua vez está localizada no arquipélago de Maiaú.
Reza a lenda que o rei sempre se deixa ver na
forma de um touro encantado, aguardando esperançoso que algum corajoso
finalmente apareça e o liberte da maldição que o colocou naquela situação. E,
também, que ele mora em um palácio de cristal que sempre se ergue no fundo do
mar, próximo a ilha, mas não consegue sair de lá, por mais que tente, porque
seu navio não encontra a rota correta que o leve volta a Portugal.
A mesma versão garante ainda que a Ilha dos
Lençóis é encantada, e que se tomou morada do rei português porque os montes de
areia nela formados pelo vento se assemelham aos existentes no campo de Alcácer
Quibir, onde Dom Sebastião desapareceu. O touro negro que esconde a figura do
rei português tem uma estrela de ouro na testa, e se alguém conseguir tangê-la,
ferindo o animal, o reino será desencantado, a cidade de São Luís irá submergir
e em seu lugar surgirá à cidade encantada que guarda os tesouros do rei.
Também o dia em que a testa estrelada do touro
for atingida por algum cidadão desassombrado, o rei será libertado do encanto
maligno que o, lado ocidental da cidade de São Luís transformou em animal e
emergirá de vez das profundezas do oceano.Dom Sebastião I (1554 - 1578), décimo
sexto rei de Portugal, herdou o trono em 1507, quando tinha apenas três anos de
idade. Aos 14 anos, quando finalmente assumiu o trono, o jovem soberano tinha a
saúde débil, o espírito fraco e a mente sonhadora, razão pela que ao invés de
administrar o vasto império de que era senhor, formulava planos para batalhas
imaginárias e conquistas retumbantes, além de projetos visando à expansão da fé
católica, profundamente convencido de que seria ele o capitão de Cristo numa
nova cruzada contra os mouros do norte de África. Por esta razão começou a
preparar-se para a expedição contra os marroquinos da cidade de Fez e quanto a
Dom Sebastião, provavelmente morreu na batalha ou depois de
aprisionado. Mas para o povo português de então, o rei havia apenas
desaparecido, e por isso passou a esperar por seu regresso.
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