ALOROQUE E O VENTO
Estava Aloroque a tomar banho de sol
Quando viu, ao longe, o vento pousado numa montanha.
O que fazes aí, parado
– perguntou o monarca.
Estou esperando a irmã
tempestade, disse o elemento divino.
Mais a baixo do Pico de Cristal,
O véu negro da Senhora Tempestade avançava.
O céu vermelho de medo pressagiava o futuro em frente.
Nos campos gerais,
Crianças famintas pastavam,
Favelados caiam nos esgotos
E ricos senhores comiam iguarias.
No Terreiro de Pai Felipe
A oração se transformava em luz
Luz que brilhou nos olhos do orixá
Quando o vento viril, certo do enlace, abria o sorriso do
prazer.
Ouviu-se um grande estrondo
Que partiu a tempestade em mil gotículas
Fez do vento, apenas um sopro leve e fresco.
Então, Xangó estendeu a mão direita
Tocando Oyá, agradeceu-a com um sorriso.
Na terra, o pasto transformou-se
E havia alimento para todos os homens e animais.
Os esgotos voltaram a ser rios
E os ricos continuavam a comer iguarias.
Disse Aloroque: o
bem-estar deve ser leito de todos. Diante de Olorum, todos são os seus filhos.
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