Sabedoria de Aloroque





Aloroque tomava banho no Lago de Cristal quando sete eguns se aproximaram e rouparam as roupas do monarca. Os espíritos dividiram as vestes em sete pedaços e esconderam em baixo de sete pedras.

Quando o Rei descobriu que havia sido roupado, perguntou a Árvore Jurema quem havia levado as suas roupas. A Árvore teve mede de falar e sofrer a vingança dos espíritos não esclarecidos; então silenciou.

Xangó cortou com uma pedra os seus longos cabelos e com uma faísca queimou os mesmos; dando origem a uma grande fogueira. As salamandras quando viram o orixá nu lhe cobriram e, assim, ele pode chegar de volta ao seu palácio.

Tempos depois, ouviu-se um grande clamor na floresta. Era a Árvore Jurema que estava sendo desfolhada pelos sete eguns.

- Vale-me Rei Aloroque! Vale-me Rei Aloroque! Vale-me Rei Aloroque (disse a Jurema).

Então Xangó chamou Iansã e lhe pediu que a mesma reunisse os eguns numa clareira. Chegando lá, ele arramou os espíritos a Árvore despida e disse:

- Ficarão aí presos até devolverem minhas vestes sagradas e a Jurema renascer.

- Mas Rei, como iremos recuperar suas vestes se estamos amarrados aqui. E como essa velha árvore irá reflorescer? (Disse o terceiro egum).

O monarca respondeu: o Tempo Eterno lhe será a companhia. Com suas lágrimas irão regar a Grande Árvore. Todos terão algo a aprender, inclusive a própria Jurema.
“ Uma coisa é certa: nunca se cale diante do mal achando que ele te poupará, nem compartilhe o que não é seu por natureza”.

Hélio Leite

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